Greenwashing no Marketing

Nos dias de hoje, as preocupações face ao ambiente e à sua constante degradação têm sido crescentes. A sociedade consciente destes problemas, procura fazer escolhas mais sustentáveis, de modo a ajudar a minimizar os impactos industriais no meio-ambiente. Devido a isto, muitas empresas viram-se obrigadas a tornar-se mais verdes, adotando medidas para tal efeito. Porém, algumas empresas, não querendo ou conseguindo tornar-se mais verdes, seja por falta de recursos ou conveniência, recorrem ao greenwashing

Em que é que consiste o greenwashing?

O greenwashing pode ser definido como uma estratégia de marketing, onde se visa esconder danos reais para o ambiente, através de uma comunicação falsa e positiva sobre como uma marca ou produto é “amiga do ambiente” e “verde”. Porém, há que sublinhar que isto não é ético, pois é uma prática que tenta atrair consumidores preocupados com a questão ambiental, enganando-os e apresentando uma imagem falsa da marca. 

 

Exemplos de empresas que já praticaram greenwashing:

  • McDonald’s:

Um dos casos de greenwashing dos quais o McDonald’s foi acusado foi quando, em 2009, começou a utilizar um novo logótipo na Europa. Esta versão, diferente do clássico vermelho e amarelo, foi, segundo a marca, um passo para demonstrar aos seus clientes que estavam a tomar medidas, a fim de se tornarem mais ecológicos. Porém, após mais de 10 anos, o McDonald’s ainda não expandiu a sua revolução verde para o resto do mundo, apesar da crescente consciencialização sobre as preocupações ambientais. A carne bovina é responsável por cerca de um terço da pegada climática do McDonald’s. Com mais de 53 milhões de toneladas métricas de carbono por ano, o McDonald’s produz mais emissões do que a  Noruega, estando esse número ainda a aumentar. Isto demonstra que a empresa está apenas focada em agradar de forma superficial aos seus consumidores, visto que é na Europa que se encontram, de forma mais concentrada, os consumidores mais conscientes em relação às questões ambientais. 

  • Coca-Cola:      

Em 2013, a Coca-Cola lançou uma nova variante da sua bebida, chamada “Coca-Cola Life”. Segundo a marca, esta versão é para os consumidores que desejam ingerir a bebida com bastante menos açúcar, mas mantendo exatamente o mesmo sabor que a bebida original. Isto foi pensado com o intuito de a bebida ser mais saudável, mas igualmente saborosa. Por outro lado, queriam ter mais cuidados com a reciclagem da garrafa, reutilizando plástico antigo para parcialmente reciclar a garrafa. Com um rótulo verde e uma campanha envolta na natureza divulgaram este novo produto. Porém, apesar de a marca tentar parecer amiga do ambiente, a Coca-Cola continua até aos dias de hoje, depois de anos, a ser considerada a empresa que mais polui em termos de garrafas de plástico, poluindo até mais que a Nestlé e a P&G juntas.

  • BP (British Petroleum):

O logótipo da British Petroleum usa a cor verde que remete ao ambiente. Para além disso, esta cor também está presente nos seus produtos e postos de abastecimento. No logótipo pode-se encontrar também o design de um girassol com o seu amarelo típico. Tendo em conta que esta empresa faz parte do setor petrolífero, sendo este conhecido por ser prejudicial para o ambiente, a BP pratica, sim, de certa forma o greenwashing, usando uma imagem verde para um negócio que pouco tem de verde.

 

Como não ser enganado pelo greenwashing:

  • Analise atentamente as marcas e a lista de ingredientes dos seus produtos;

  • Procure por certificados que comprovem que um produto é,  por exemplo, orgânico ou vegano;

  • Não confie em slogans, imagens e anúncios que mostram a natureza,pois isto não garante a confiabilidade da marca em questão;

  • Não confie em produtos que tenham termos como “sustentável”, “vegano” e “cruelty free”, sem explicar ao consumidor como essas práticas são adotadas pela empresa.

Qual a diferença entre o greenwashing e o green marketing?

Como já vimos,  o greenwashing é a tentativa, por parte das empresas, em se apresentar como sustentáveis e  verdes, quando, na verdade, não o são. Por contraste, temos o green marketing ou marketing verde, que é autêntico e honesto na sua apresentação da verdadeira sustentabilidade por parte das empresas, usualmente do seu processo de fabrico.

 

Concluindo, o greenwashing é uma estratégia de marketing que divulga, de forma enganosa, uma sustentabilidade empresarial falsa, tendo já sido amplamente usada por várias marcas. Apesar de poder ser difícil, há formas de evitar ser enganado pelo greenwashing e procurar por marcas que pratiquem o green marketing, cheio de veracidade, pois o marketing, quando bem usado, pode mudar e impactar o mundo.

 

Bibliografia: